As aulas são iniciadas com um pensamento. Às vezes um provérbio, um dito popular, uma poesia, um texto bíblico ou um texto que construo. Posteriormente são discutidos pela turma, com o intuito de instigar à reflexão, à criticidade e também à interpretação. Nesta segunda-feira, dia 24 de outubro reportei-me aos anos 50, nos Estados Unidos da América. O foco da minha reflexão foi o gesto da afro-americana Rosa Parks, que negou-se a levantar do ônibus, para conceder o seu lugar a um passageiro branco. Sua atitude desencadeou o boicote liderado, pelo pastor batista Martin Luther King. Na discussão que realizamos consideramos a importância de um "gesto", que pode mudar "histórias" de vidas.
Ao discorrer sobre o fato percebi os olhos de "incredulidade" da turma diante do fato.
Numa entrevista em 1992, Rosa Parks justificou seu ato, ao dizer: "A verdadeira razão de eu não ter cedido meu banco no ônibus foi porque senti que tinha o direito de ser tratada como qualquer outro passageiro".
Foi então que apresentei à turma a reportagem veiculada na página 22, do Jornal Zero, do dia 23 de outubro. Nesta reportagem a repórter Joice Bacelo relata sobre a situação inusitada que acontece no interior de Canguçu, sul do Estado do Rio Grande do Sul. Nesta localidade, os moradores são separados, de acordo com a etnia. Desde o ano de 1927 os cultos luteranos preparados pelo mesmo pastor são realizados em templos diferentes. Numa Igreja reúnem-se os remanescentes de quilombolas e em outra os descendentes de imigrantes alemães. Os cemitérios também são distintos, para cada etnia. Os dois fatos suscitaram perplexidade à turma. É interessante abordar situações que remetem ao passado, mas que ainda permanecem no presente. Ao socializar este fato discutido em aula, fico a pensar que evangelho é vivido, considerando que a Bíblia em Romanos menciona "para Deus não há acepção de pessoas"?
Texto: Maria Ester Martins do Nascimento
Ilustração: Página 22, do Jornal Zero, do dia 23 de outubro
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